Em todo mundo a popularidade das raças braquicefálicas (cães e gatos de focinho curto) aumentou exponencialmente com cruzamentos seletivos de cães e gatos com focinhos cada vez mais curtos, levando a problemas respiratórios mais complexos ( mais comuns em Pugs e Buldogues) e com manifestações clinicas de maior gravidade. Se você quer saber um pouco mais sobre a Sindrome dos Braquicefálicos, ou por que seu cãozinho se cansa e "ronca" muito, continue lendo esse conteúdo!
O QUE É SÍNDROME DOS BRAQUICEFÁLICOS?
A síndrome braquicefalica, também denominada síndrome das vias respiratórias dos braquicefalicos, caracteriza-se por anormalidades anatômicas congênitas das vias respiratórias anteriores, identificadas por alterações como estenose dos orifícios nasais, prolongamento do palato mole e hipoplasia traqueal.
Estas ocorrem de maneira isolada ou combinadas, podendo ser agravadas por complicações secundarias, como edema e eversão dos sacos laríngeos, além de colapso laríngeo.
A consequência dessas malformações anatômica é a evolução para complicações de graus variados das funções das vias respiratórias. Os animais braquicefálicos tipicamente possuem uma face achatada, com narinas pouco desenvolvidas e nasofaringe destorcida. A forma de sua cabeça é o resultado de um defeito de desenvolvimento adquirido nos ossos da base do crânio. Esses ossos crescem até uma largura normal, mas tem um comprimento reduzido. Os tecidos moles da cabeça não diminuem de forma proporcional.
Raças Braquicefálicas mais propensas a problemas respiratórios.
- Buldogue Inglês
- Buldogue Francês
- Pug ------- ( Leia mais sobre Filhotes de Pug )
- Boston Terrier
- Shih-Tzu
- Pequinês
- Persa (felino)
- Himalaio (felino)
Outras raças também se encaixam nessa categoria, porém com sintomas clínicos menos evidentes.
Prolongamento do Palato Mole
Esta malformação congênita é a mais frequentemente observada dentro das anomalias que compõe a síndrome dos braquicefálicos, com ocorrência de 80% nas raças predispostas.
Esta obstrução mecânica determina a vibração do tecido pela passagem de ar na inspiração, com a produção de graus variados de estridores respiratórios, bem como edema inflamatório da laringe.
HIPOPLASIA DE TRAQUEIA
A hipoplasia da traqueia é caracterizada por significativo estreitamento ao longo de toda extensão traqueal. Os anéis traqueias cartilaginosos tendem a ser menores e mais rígidos que o normal, inclusive se sobrepondo dorsalmente, de modo que praticamente não existe o músculo dorsal. Algumas raças, como o Buldogue Inglês, apresentam padrões característicos e com provável envolvimento hereditário para esta anomalia congênita. A ocorrência da hipoplasia de traqueia na raça Buldogue Inglês pode chegar a 50 % dos animais desta raça.
ORIFÍCIOS NASAIS ESTENOSADOS
A estenose dos orifícios nasais pode ser facilmente visibilizada quando há diminuição do orifício nasal externo, mas a estenose do vestíbulo nasal é de difícil identificação pelo exame externo. Em situações mais graves a respiração passa a ser totalmente dependente da cavidade oral. Esses animais apresentam esforço inspiratório maior e com padrão de dispneia de grau leve a importante. Esta anormalidade apresenta-se em aproximadamente 48% das raças braquicefálicas.
SÁCULOS LARÍNGEOS EVERTIDOS
Esta afecção da laringe representa uma alteração secundária dentro da síndrome dos braquicefálicos. Os sáculos laríngeos, por apresentarem baixa resistência de sustentação, podem ser facilmente evertidos quando há pressão negativa Ano interior das vias respiratórias nas crises respiratórias.
eversão do sáculo laríngeo é diagnosticada com menos frequência que o palato mole alongado ou narinas estenóticas. Mas tem sido relatado em 58 a 66 % dos cães com síndrome braquicefálica.
Os sinais e sintomas clínicos dependem da intensidade da oclusão do fluxo aéreo nas vias respiratórias superiores, podendo variar de discretos a importantes, incluindo:
- Respiração ruidosa
- Estridores e estertores
- Tosse
- Alteração vocal
- Tentativas de vômito
- Engasgos
- Espirros reversos
- Intolerância ao exercício
- Dispneia
- Mucosas pálidas ou cianóticas
- Síncope
Nos casos mais graves, podem evoluir para edema pulmonar devido a redução da pressão intratorácica. Os sintomas podem ser precipitados e/ou mesmo exacerbados, em decorrência de exercícios, excitação e temperatura ambientais elevadas.
Uma das complicações secundárias da síndrome são as alterações digestivas. Com o aumento de esforço respiratório inspiratório, particularmente nos animais com obstrução total das narinas, podemos ter dilatação esofágica e gástrica como resultado da aerofagia.
Nestes animais são ainda comuns, além da flatulência, distúrbios de deglutição, regurgitação ou vômitos. A deglutição de ar em grande quantidade pode levar á distensão crônica do trato digestório.
A hipertensão pulmonar é outra complicação encontrada nesta síndrome respiratória, particularmente em casos crônicos com evolução para quadros de cor pulmonale, com dilatação e hipertrofia compensatória do ventrículo direito. Os animais com hipertensão pulmonar com progressão para insuficiência cardíaca congestiva são raros, mas quando esta complicação está presente, ela se caracteriza pela ocorrência de ascite ou efusão pleural.
A termorregulação apresenta-se comprometida em muitos animais braquicefálicos. Esses animais, em sua maioria, não conseguem regular sua temperatura corporal, podendo haver hipertermia, que invariavelmente se agrava, dependendo da temperatura ambiental, particularmente nos períodos de primavera e verão em regiões de clima tropical. A justificativa para esta piora em temperaturas ambientais elevadas está no recente conhecimento da função de termorregulação exercida pelas narinas dos cães.
O diagnóstico baseia-se no histórico de obstrução das vias respiratórias das raças pré-dispostas, anamnese associada ao exame físico detalhado pode, na maioria dos casos, confirmar definitivamente as principais alterações da síndrome.
EXAMES COMPLEMENTARES
- Endoscopia
- Exame radiográfico
A endoscopia das vias respiratórias anteriores e o exame radiográfico podem ser indicados para confirmação do diagnóstico e para a avaliação da gravidade desta síndrome. Outros exames complementares, como eletrocardiografia e ecocardiografia, são fundamentais para identificação das complicações cardíacas secundárias a esta síndrome.
O tratamento consiste na correção cirúrgica das alterações anatômicas, como estenose das narinas e palato mole alongado, visando a desobstrução das vias respiratórias superiores. Além disso, é interessante atenuar ou evitar os fatores que intensificam o quadro clínico, como exercícios, excitação e superaquecimento.
O tratamento também depende do quadro em que o animal se encontra, em quadro agudo, por exemplo, muitas vezes é necessário a utilização de fármacos, ou até mesmo a realização de cirurgia de emergência. Em casos com sinais mais leves pode se iniciar com manejo alimentar para a redução de peso, evitar passear em horas mais quentes do dia.
Cirurgia de Palato:
Nos últimos anos houve um crescimento significativo no mercado pet, aumentando assim o número de cães e gatos.
Em consequência disso, aumentaram-se as doenças descritas acima, atingindo algumas raças específicas.
A Clínica Veterinária Mundo Animal em Vargem Grande Paulista ao longo dos seus 15 anos de prestação de serviços veterinários e em parceria com muitos criadores, tornou-se referência em braquicefálicos na região.
Nos últimos anos Dr. Gilberto M. Baba, tem sido procurado para a realização destas cirurgias, atendendo também conveniados com o Health For Pet, tendo excelentes resultados.
Para uma melhor avaliação do seu Pet, procure sempre um Médico Veterinário de sua confiança.
FOSSUM, Tereza Welch. Cirurgia de pequenos animais. 4° edição. Editora Mundial, 2014. 1619 p.
Tratado de Medicina interna de cães e gatos, vol. 2. 1° edição. Editora Roca, 2015. 2394 p.
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Sobre o Autor:
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Claudir M. Freitas , Médico Veterinário Bacharel em Medicina Veterinária pela Universidade Anhembi Morumbi. Atuando como Veterinário na Clínica Veterinária Mundo Animal em Vargem Grande Paulista desde 2014. |